15 de abr. de 2014

Há erros e há erros


O erro, por maior que seja, só pode ser validado e perdoado, se foi cometido sob o ofuscar do amor.
Nunca, jamais pelo desejo.
Porque o desejo -em pessoas sem medidas, como eu- é a gota d'água pro desequilíbrio.
E o desequilíbrio é o engano de acreditar que é possível até mesmo transformar a ilusão em realidade. Tornar a ilusão do prazer em justificativa pras nossas quedas, pra nossas insanidades.
Um dia, errei feio. Sob a sombra mais negra do desejo.
De tal forma que nunca mais -tenho certeza-, por mais que eu venha a plantar o amor nessa vida, por mais que venha tentar reparar alguma coisa, jamais terei novamente paz.
E eu fico pensando, se ter paz seria continuar apontando falhas expostas nos outros enquanto as minhas -muito mais comprometedoras- continuariam trancafiadas em segurança.
Por um lado, até que foi bom, sabe... Segurou minha hipocrisia, minha vaidade, meu impetuoso e cruel espírito de carrasco. Eu andava mesmo perdendo a mão da minha realidade. A queda da máscara, a rasteira da verdade, me fez voltar ao justo chão que me cabia. Agora eu sou esse aqui, revelado, exposto, real. Um anjo mau.
Por outro lado, vai ser assim, até o fim, esse filme repetido, essas lembranças tristes, essa mancha na alma, esse lamentar da consciência. Sempre, a todo instante... As cicatrizes sempre reveladoras, eternas, de alguém que se feriu ferindo alguéns.

3 comentários:

  1. Errar é humano, no fim das contas. Até onde é certo um erro assombrar nossa vida inteira? Falei disso outro dia no meu blog, acredito quer perdoar a si mesmo pareça ser sempre um erro maior do que o anterior. Será que me embolei demais? Você sempre se expressando bem (:
    Beijos rimados pra você :*

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    1. De fato, sim, Vivian... Mas a prática (ainda) não me parece tão simples... Talvez por ainda sentir correr o risco de nova queda pelo mesmo motivo -por mais que eu não acredite nisso... Acho que aprendi com as perdas, mas falta-me confiança em mim, sabe...rs
      De toda forma, obrigado pelas palavras reconfortantes.
      Beijo grande!

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  2. Ah, eu te entendo, meu caro. Quando a gente erra parece que a culpa persegue nossa cabeça... Eu, pelo menos, sou muito assim. Quando faço besteira não fico bem por nada, só com o tempo. Coisa de poeta, quem sabe.
    Beijos rimados pra você
    PS: esperando pelos textos novos haha

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