27 de jan. de 2014

Sobre acreditar num sonho

A flor que atualmente me ocupa os sonhos é o seu olhar de menina e mulher, quando lhe convém ser uma ou outra.

Todo mundo gosta de sonhar.
Todos sabem que sonhar é muito bom.
Viver um sonho talvez seja uma das melhores coisas da vida.
Mas todo mundo sabe também que os sonhos acabam.
E quanto melhor o sonho, mais cedo se acorda.

Depois de você, parei de sonhar outras coisas.
Não quero mais ganhar na loteria, ter notoriedade... nada de ostentação.
De fato, sei que contigo tirei a sorte grande.
Olho pra você e olho pra mim: é fácil constatar.
Mas sei também que não passa de um sonho bom.
Aproveito-o bem, tiro dele tudo o que posso.
Porém é sabido que uma hora você desperta e o sonho se desfaz.
Um dia, a menina cria asas maiores, a mulher ganha os ares.
Olhe pra você, olhe pra mim.
Em algum momento você vai resolver dar ouvidos à sua razão.

Dez anos não são dois anos.
São Paulo não é São João de Meriti.
Apesar de sermos do mesmo planeta, somos de mundos bem diferentes.
Seu mundo é cheio de luzes, cores, possibilidades.
O meu, atualmente, tem a minha acanhada rotina e... sua presença.
É fácil me apegar a você, e as limitações me empurram ainda mais pra isso.
Já você a mim... é sonho e só.

Mas como não querer acreditar que tudo é possível?
Basta me agarrar ao seu olhar mais vivo na minha direção.
(Aquele olhar apertado que só eu testemunhei.)
Como não pensar que é real enquanto você chega, pula em meu pescoço e sorri de prazer nos meus lábios?
Eu quero acreditar o tempo todo, apesar de lutar contra isso  a todo instante.

Mas também, quem não acreditaria num sonho depois de conseguir chamar sua atenção por conta de um mero bilhete, mal escrito num pedaço de papel velho no meio de uma multidão de bem sucedidos?!...
Eu consegui! Isso sim, foi inacreditável.
O resto, matar um leão por dia, acredita-se então, é moleza.
Saber a profundidade do que vivemos e a longevidade desse querer é que é o problema.
Por isso, vou vivendo cada segundo.
Com medo, mas vou vivendo.
Fingindo que não estou muito preocupado, mas com o coração em frangalhos, atordoado
e loucamente feliz.

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