19 de jun. de 2014

Esmiuçando os Preconceitos


Como é difícil assumir determinadas mudanças de opinião.
Há um tempo atrás, eu pensava de um jeito, agora, penso de outro. E pros amigos entenderem que não estamos apenas "seguindo a moda", que de fato estamos sinceramente tentando melhorar nossos conceitos? Principalmente pr'aqueles que permanecem enraizados a preconceitos de algumas condições?
Na verdade, penso que nem preconceitos são mais, visto que hoje em dia, com o montante de informações disponíveis a quem quiser acessar -e mesmo a quem não queira-, alguém continuar segregando semelhantes por conta da sua cor de pele, religião, orientação sexual, time, partido e/ou qualquer outra diretriz, é não aceitação pura e simples. Pois que preconceito é criar ideia sobre uma situação sem conhecê-la minimamente. Depois que se conhece, não existe mais o pré, o juízo antecipado pelo desconhecer.
Sempre fui o tipo de cara que adora fazer uma piada, imitar trejeitos, debochar... Não muito de segregar, mas hoje, olhando bem, fazer piada pode sim ser inferiorizar o personagem do tema. Não. Não virei um moralista, um hipócrita, um modinha.
Parei melhor pra pensar e me coloquei no lugar de quem vive sob esse fuzilamento de projéteis ignorantes e imorais.
De repente, comecei a me incomodar ao adotar a postura de igual diante dos diferentes, sabe... Como se ser igual fosse ser normal, e ser diferente, anormal.
Me incomoda atualmente o familiar próximo comentar que o homem entrevistado que fala de forma afeminada é boiola, viadão ou coisa mais denegrida. Ouvir de quem amo que certos tipos de gente devem ser corrigidas a qualquer custo, ou até mesmo eliminadas dos olhos da sociedade, é amargo. O que fazer agora? Pelo menos não rio mais, não aponto mais, sequer concordo com a cabeça.
Sei que pra vida, pra Deus, o mais importante está no conhecimento adquirido, na intenção e no coração. Mas sinto necessidade de evitar dar terreno dentro dos meus domínios.
Talvez corra o risco de ter que pagar, em solidariedade, junto dos que hoje passam por meus olhos com um incômodo diferente, consciencial, pelo que um dia me foi preconceito e pelos que ainda hoje me são inaceitáveis.
...
Na verdade, não tenho certeza sobre a autoria da frase creditada a Sócrates. Parece numa linguagem nada usual do grande filósofo e idealista grego. Mas acredito que feche com o método socrático de pensar.

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