Eu sei -e você também- que quando nos olhamos, ainda trazemos bem mais que os nossos simples olhos e olhares.
Não importa no que estamos envolvidos -se seu coração está sendo ocupado e se o meu também segue esse rumo.
Esse incêndio (duramente disfarçado de descaso) não é como um interruptor que pode ser desligado quando um de nós bem entender. Está mais pra um vazamento de gás, prestes a explodir, onde todo cuidado é pouco.
Quando olho pra você, ainda que de longe, enxergo lá fundo dos seus doces olhos, a mesma faísca de sempre. A certeza é tão absoluta que pra não correr riscos, evito ao máximo tanto quanto posso não olhar. (Ninguém merece sofrer as consequências de uma ato irresponsável destes...)
Mas às vezes eu olho. E você também. Eu, só pra sentir aquele tremor, aquela adrenalina (da explosão que nunca se deu). Você eu não sei. Talvez pela mesma razão.
Seu olhar é uma grande porta, de onde facilmente acesso seu interior. E acredito igualmente que o meu também lhe seja assim.
Não precisa você dizer nada, nem eu. Nada a assumir. Nada a declarar.
Basta-nos o olhar.
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Depois de alguns dias, lembrei-me dessa pérola do grande Celso Fonseca... Chega perto do que eu queria dizer. Inclusive começa como esse texto... "eu sei"... Pra quem não conhece, vale a curiosidade. Pra quem já ouviu, vale escutar de novo. (20 de Junho de 2013)
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Depois de alguns dias, lembrei-me dessa pérola do grande Celso Fonseca... Chega perto do que eu queria dizer. Inclusive começa como esse texto... "eu sei"... Pra quem não conhece, vale a curiosidade. Pra quem já ouviu, vale escutar de novo. (20 de Junho de 2013)
Que texto lindo, Flávio!
ResponderExcluirEu sempre pensei bastante sobre os olhos... Como são "diferentes" do resto corpo, como não disfarçam
nada, nunca. Os olhos são tão lindos e carregam mesmo toda a identidade de uma pessoa. E bonito também, é que quando a velhice chega, os olhos ficam inalterados.
Beijos e boa tarde. :)
Obrigado, Gláucia!
ExcluirVerdade. E não é impressionante essa "presença de vida" nos olhos de todos nós, até o "fim"?
Beijo grande, minha querida!