30 de nov. de 2012

"É mais forte que eu"


Se fazemos uso dessa frase quando estamos nos afundando diante de alguma grande dificuldade, é bom saber que -por maior que seja o problema, por mais sem solução que ele aparente ser- a expressão não passa de ignorância diante da maior potência que possuímos.
Nada que não tenha atingido grandes profundidades em nós pode nos fincar raízes de forma tão crítica que anule nossa VONTADE. Nada. Podemos até desconhecer o fato, mas qualquer um tem a capacidade de mudar seu rumo, de se mover em outra direção por si só. Não é teoria não. E isso é uma unanimidade entre a ciência, a religião e a filosofia.
Se numa primeira vez permitimo-nos a "instalação" de qualquer mal, ainda teremos -após o despertar- a justificativa do desconhecimento daquilo que nos invadiu e nos fez desanimar. Logo não poderemos mais simplesmente ceder e deixar as coisas chegarem novamente a um ponto crítico. Assim que sintamos a aproximação da conhecida ameaça, que procuremos ajuda e que nos protejamos, evitando sermos atingidos pelo desânimo até a depressão. Já conhecendo os sintomas, não nos cabe mais qualquer argumento por nossa inércia.
A iniciativa depende de nós. Até mesmo quando precisamos de ajuda externa, psicológica. Lembremos que o profissional "apenas" nos mostra o caminho de volta. A opção por retornarmos, nos livrando do que nos atinge tão negativamente é toda nossa.
Então, na eventualidade de sermos revisitados por esse incômodo, se ignorarmos o que se reaproxima, ou se priorizarmos outras importâncias, é porquê temos responsabilidade sobre o irresponsável prazer de sermos "coitadinhos". (Pode ser também que desconhecer essa realidade seja uma fuga conveniente para continuarmos estagnados. O que só aumenta a nossa responsabilidade.)
Quem precisa mesmo de ajuda, não escolhe meios mais suaves. Encara o problema de forma objetiva em vez de fazer de conta que sua resolução não é tão importante. Ainda mais conhecendo-o de perto por já tê-lo vivido outras vezes.
Não há mal neste mundo que seja maior que nossa vontade.

4 comentários:

  1. "Os milagres acontecem quando a gente vai à luta"
    Parabéns. Bom fim de semana. :)

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  2. Caro Flavio, td bem, voltando a escrever e ler os blogs, estava um pouco afastado, por tantos motivos, mais o motivo maior foi eu, minha fraqueza diante das coisas.
    Concordo em quase tudo com seu otimo texto, discordo quando vc diz "...E isso é uma unanimidade entre a ciência, a religião e a filosofia..." na ciência e na filosofia sim, mas na religião creio que nao, na religiao deus esta acima de tudo e seus seguidores seguem isso a risca, suas vidas sao movimentadas por deus, eles acreditam que so o "todo poderoso".
    resumindo, os religiosos acreditam que eles nao tenham vontade propria, suas vidas dependem da vontade de um ser sobrenatural, e com isso a istagnação é visivel em muitos casos.
    Um Abraço

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    1. Grande Paulo,
      Sei que o que você diz, traz seu ponto de vista, fruto do que observa à sua volta. Em parte, acredito que muitos ajam exatamente como você falou: desconsiderando a própria vontade em favor da vontade de Deus - que seria um equívoco segundo as próprias religiões, enquanto frisam que livre-arbítrio é sagrado ou, a capacidade de escolher, de decidir é irrevogável.
      Se me permite, basta observarmos que a própria bíblia cita inúmeras situações que indicam explicitamente esse conceito, que "se tivéssemos a fé do tamanho de um grão de mostarda, removeríamos montanha". Noutros, que "sua fé te salvou". Infelizmente, para muitos, a fé é apenas a esperança no futuro, o crer no improvável. E como cada seguimento -científico, religioso ou filosófico- prefere rotular seus próprios conceitos com palavras diferenciadas, não é difícil perceber que neste sentido, a fé é a vontade segundo a linguagem religiosa.
      Que bom que está de volta, meu camarada! Seja bem vindo mais uma vez.
      Grande abraço!

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