28 de mai. de 2012

Manual do Animal Irracional para Bichos Inteligentes


Tirando alguns exageros da minha parte, os bichos seriam os "seres humanos" mais perfeitos que existem. Ou não teria tanta gente dizendo que prefere o convívio com eles do que com seus semelhantes.
"Porque são inocentes", "porque são fiéis companheiros", "porque não cobram nada"... e a lista de vantagens é quase infinita. De certo, realmente são tudo isso...
Mas, bichos que estiverem lendo(?!) esse post: não se iludam com os humanos.
Muitos adoram dizer por aí que gostam de vocês, outros tantos vivem fazendo campanhas para arrecadar recursos em seus nomes, arrumar-lhes donos... mas sei lá, heim... Ainda acho esse "gostar" algo muito duvidoso, conveniente, condicional. Tanto que mereceu aspas...
Se pra vocês, bichos, estiver bom assim -mesmo que vocês não sejam o pet de alguma celebridade-, que pelo menos tenham aquela comida seca com formiga, um pote de água só trocada no domingo, um metro e meio de corrente ou uma gaiola mínima pra se movimentar... se isto ainda assim lhes convir manter, evitem então a todo custo ir além do que é característica do animal irracional, ok? Em primeiro lugar, pra não correrem risco de serem mais inteligentes que seus donos. Pode acontecer sim! E depois, nada de personalidade muito forte, nada de inteligência muito além do instinto... (E se puderem ainda, arrumem um jeito de fazer alguma coisa relevante por eles!)
Por exemplo, não tentem exigir nada dos humanos! Nem apontar neles atitudes equivocadas, questionar condutas, reclamar atenção, dar opinião contrária... Nada disso. Isso incomoda os seres humanos, meus caros. É sério.
Portanto bichos, continuem se fazendo de bichos. Sejam irracionais na hora certa e eles lhes tratarão como reis. No ruim de tudo, como animais. E já estará de bom tamanho, podem acreditar!
Ou vocês deixarão de serem "amados" por eles... por serem como eles, humanos.
...
Sem dúvida que é muito mais fácil se conviver com um bicho do que com um ser humano. (Até porquê realmente tem humano por aí que é brincadeira! Por aí não, por aqui mesmo. Eu, por exemplo.) Socorrer e acolher um bicho frente a um humano então, nem se fala. A questão não é essa também. O problema é querer comparar a lida a um com o trato a outro. É como ver vantagens onde o que existem são diferenças. Diante disso, não há qualquer inteligência em comparar. E é fazer uma conveniente vista grossa pras próprias dificuldades de se socializar e da necessidade de se ajustar para isso. Por fim, é ignorância.
Por isso, desconfiem principalmente daqueles que dizem preferir vocês -bichos- à pessoas.
Se liga, bicharada!

2 comentários:

  1. Fico boquiaberta quando vejo algum ser humano maltratando um bicho (sim, eu ainda me surpreendo com obviedades). Porque, olha, eu sou alérgica a animais, portanto não tenho nenhum e nem posso chegar perto deles, mas eu gosto pra caramba e respeito os bichinhos.
    Há seres humanos por aí que são impossíveis de se conviver. Se bem que, eu acho que se eu fosse um bicho também reclamaria da minha espécie. Sempre temos do que reclamar e há bichos que são mais cruéis do que um ser humano num dia de fúria.
    Comecei a divagar demais aqui. Daqui a pouco vou fazer que nem meu namorado e escrever um livro cujo personagem é um sapo falante. Só pra filosofar, sabe?

    Abraço.

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    Respostas
    1. Mia, confesso a você que não sou um amante dos pets.
      No máximo, quando criança, tive alguns peixinhos guppy e só. Não tenho paciência, minha relação com os bichos é até fria sob certas condições. Mas sou incapaz de cometer qualquer injúria contra eles. Pra não ter a estrutura e cuidar mal ou deixar pra alguém essa responsabilidade, prefiro não tê-los.
      Tem gente que "não percebe" que certos descuidos são maus tratos. E insistem em dizer que gostam de animais!
      Existem os que amam de todo o coração, mas que não descuidam do resto. Conheço muitos amigos assim.
      E outros tantos que, como tive intenção de mostrar no texto, direcionam todas as suas energias aos bichos, muito mais por frustração pessoal que por amor. Ignoram um ser humano desmaiado na rua, mas não se contém diante de um animal perdido. É um foco desproporcional e desequilibrado.
      Sua divagação foi muito oportuna!rs Fique sempre à vontade por aqui.

      Abraço!

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