17 de nov. de 2010

Sem mim


Nada daqueles elogios deliciosos, dos carinhos literários, repletos de admiração absoluta.
Podes deixar de lado teus risos vaidosos, soltos, fartos... no silêncio do teu coração.
E aqueles lisongeios inesperados, surpreendentes? Aqueles que ecoavam durante largos instantes, nas tuas lembranças solitárias da rotina?...
Podes esquecer também...
Prepare-te para o saudosismo ao te lembrar daquela sensação de ser idolatrada por alguém... mesmo que o tal alguém fosse o último homem da face da terra.
Já imaginou chegar e não encontrar esse alguém a te esperar à noite? E nem mesmo nenhum sinal de outra presença viva, além da tua própria, antes da partida de manhã?
Lembra-te das palavras pinçadas, quase que refeitas exclusivamente pra ti, com toda a sinceridade?... Esgotaram-se juntos de todos os esforços e tentativas.
Já imaginaste quanto vazio no teu dia e noite?
É o preço que pago por ter jogado tantos amores no lixo... ter agora, tudo o que eu oferecia de maior valor, completamente desconsiderado...
Vou deixar-te de lado.
Rebaixarei-te à memória...
Parti.
.
Não é praga... e sim, pretensão:
Sem mim, seus dias perderão toda a graça...

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