7 de dez. de 2010

Explicações


"Querida,
É difícil começar a carta, mas eu tinha de fazê-lo, pois a nossa conversa final foi muito tumultuada -nós tristes, você nervosa- e parece que certas coisas ficaram suspensas no ar.
Me desculpe sin-ce-ra-men-te. Me enganei e te enganei também. Estava apaixonado e disse que te amava. Eu realmente acreditava que era amor. Imagine minha felicidade ao te ouvir, ao te ver... Fomos nos envolvendo à velocidade da luz... Foram meses intensos assim...
Até que, numa manhã, percebi que as coisas já não eram mais as mesmas e aí... Da cor ao preto e branco, foi só mais um motivo pra perceber que havia acabado. Ainda fiquei uma semana tentanto confirmar o que me acontecia, tentando reacender a chama, mas essas coisas não funcionam assim...
Tentei não te machucar, eu juro! Mas nessas horas, até o silêncio fere... e a minha inércia estava me matando.
Por isso mesmo não considerei suas ofensas e suas desconfianças no calor seguinte a minha revelação... Me coloquei no seu lugar e senti sua dor... Foi duro...
Mas foi um mal necessário.
De um jeito ou de outro, fique ciente que a culpa não foi sua. Nem minha. Nos usufruímos, nos amparamos, nos deleitamos... Tivemos nossas necessidades um com o outro. Fomos honestos e sinceros como raras vezes se consegue ser atualmente... e, por isso mesmo, achei que era amor.
Você foi perfeita, sempre... quando eu te abraçava, o fazia com todo o meu carinho, com todo o meu afeto. Assim também como quando eu te beijava e te alisava os cabelos... Estava sendo absolutamente sincero.
Mas o fim chegou... pra mim. Infelizmente não pra você também. E é exatamente isso que me faz sofrer: ver você sofrer...
Não é pena! É consideração e respeito pelo que nós vivemos. Por isso, achei novamente ser o mais honesto possível com você... decidi não empurrar de qualquer jeito ou enganar, como fiz outras vezes... dessa vez não!
E deu nisso. Nessa tempestade.
Mas que fazer? E como eu não quero mais alimentar qualquer ilusão em você... por isso, não quero mais contato contigo... nem mesmo amizade. Te conheço suficientemente para saber que nas suas mãos, um grão de carinho é capaz de virar semente de esperança... seu coração é fértil demais...
Mas eu não me comporto mais nessas paragens.
Sem maiores motivos, sem terceiros... o fogo cessou e só.
Não quero mais, sinceramente. Do fundo do meu coração.
Preciso utilizar as ferramentas que possuo... a distância é uma delas.
Deletei seus arquivos de voz, nossas fotos, bloqueei seu e-mail e queimei suas cartas de amor...
Me entenda...
Adeus."

Nenhum comentário:

Postar um comentário