12 de jul. de 2013

Dilemas entre a cruz e a espada

Beijar-te...
Posso, mas não vou.
Por mais próxima que fiques de mim.
Que me seduzas com teus gestos, que me embriagues com teu perfume.
Por mais que eu leia nos teus olhos o que não preciso sequer ouvir da tua boca.

É que quando beijo, saio fora de mim, sonhador e fraco que sou.
Acredito em coisas impossíveis e prometo outras tantas que não posso cumprir.
Já durante o beijo, sinto o arrependimento me açoitar a razão.
É que já percebo a porta da ilusão se abrindo.
E prevejo também, logo adiante, a decepção que vou causar.

Vais me perdoar, mas faça o favor de me desenlaçar destes braços delicados.
E do visgo doce que tanto me faz aproximar perigosamente desta tua boca.
Juro que será melhor pra ti... e pra mim também.
É a única coisa que posso te garantir.

Não me queiras mal, quero teu beijo, mas não vou beijar-te.
Melhor não começar então. Melhor não nos invadirmos.
Pra nos proteger da minha incapacidade de assumir a triste realidade...
De que sinceramente não poderei nos suprir mais que alguns beijos.

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