13 de fev. de 2012

Às Claras


É bom demais ir ao encontro de alguém que nos interesse e encontrar todas as informações básicas, sem que seja necessário cumprir uma empreitada pesada de procedimentos. É bom demais encontrar quem tenha respostas minimamente precisas e relativamente consistentes sobre si. Ir ao encontro sem GPS, sem um mapa cheio de coordenadas de alta precisão ou sem um decodificador de senhas. Principalmente quando se pretende viver coisas que a gente não tem certeza alguma de ter futuro...

"Eu sou assim e pronto."
"Meu jeito é esse."
"Sou complicado mesmo, e daí?"
"Aviso que é muito difícil me entender."

Tradução disso tudo: "O mundo que se vire para me compreender e me aceitar do jeito que sou, porque não estou nem afim, nem preocupado e muito menos pretendo mudar minha maneira de ser tão cedo."

Sinceramente, lamento quando, logo de cara, "pesco" essa ideia sobre alguém. No geral, é uma ducha de água fria pra quem tem a pretensão de entender e possivelmente aceitar o outro como o outro é. Mas como compreender, receber e tolerar aquele que sequer deseja saber de si?
Diante desse tipo de postura, ainda me vejo me arriscando. Mas só entro de teimoso que sou, porquê já está na cara que está fadado a não dar certo. Garanto também que é o tipo de coisa que vem me acontecendo cada vez menos. Afinal, nós mesmos temos de nos impor valor, nos respeitar e definir o que nos é realmente importante. Principalmente se temos mais o que fazer na vida...
Primeiro porquê entrar nessa requer um investimento pesado -pra não dizer excessivo- de recursos sobre algo de retorno duvidoso. Aplicar tempo, saliva, criatividade, energia e paciência naquilo que não tem previsão de restituição é coisa pra espírito superior. Logo, ainda não é pra mim...
Segundo que existe sempre um número muito maior e atrativo de pessoas mais acessíveis, de melhor trato, menor complexidade e mais fácil leitura por aí. E eu, não tenho -aliás, nunca tive- a menor paciência pra ficar parado muito tempo diante de uma esfinge que sequer sabe a resposta do próprio enigma...
(Acredito que mesmo que tivesse, não seria por isso fã de pessoas difíceis nesse sentido...)
Curto mesmo, decifrar pessoas. Mas apenas as decifráveis...
Pessoas despreocupadamente bipolares -termo da moda, assumido até com certo orgulho e conveniente alívio-, descansadas demais para com suas imprevisibilidades, e de limites assumidamente desconhecidos são, antes de tudo, egoístas com crachá de "bem resolvidos". E o são realmente bem resolvidos, mas só consigo mesmos... Como está na tradução mais acima, "os outros que se virem para estar ao meu lado". Então, além de tudo, também são superiores demais para minha pessoa... Não os mereço.
Pra mim, isso é muito mais que suficiente para que percam todo o encanto da noite pro dia.

2 comentários:

  1. haha' Lendo isso tudo lembrei de mim mesmo. Não no sentido de me igualar, mas justamente o contrário. Tenho uma leve pretenção de perder muito tempo com pessoas que são assim, enigmas sem respostas. Elas me atraem, sei lá por qual motivo. Mas é óbvio que já cheguei por muitas vezes na mesma conclusão: não vale a pena. Fazendo uma análise rápida percebo facilmente que já investi muito mais do que recebi nesses casos de complexidade exagerada.

    Enfim, acho que o que me falta é por na mente esse ''não os mereço''. É difícil por que o ego fala mais alto e quer por que quer pensar no contrário, quer conquistar a todo custo. Espero poder controlar isso com o tempo rs'

    Como sempre, um belo texto Flávio.

    Até mais!

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  2. Thiagão, a gente mesmo é quem tem que nos dar o limite do tempo que perdemos!
    Elogios dos amigos são sempre muito suspeitos...rsrsrs
    Grande abraço, querido!

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