29 de dez. de 2010

Serviços e Programas de Benefícios Sociais: alimentadores de inércia, utilidade permanente ou soluções paliativas imediatas?


Não podemos ignorar o imediatismo das necessidades fisiológicas enquanto aguardamos ter suporte suficientemente robusto para a raíz profunda do problema.
Não se pode olhar 'o todo' como se só houvessem aqueles que esperam os peixes à sombra, inertes, viciosos e mal acostumados. Entres estes -em sua maioria, estão também os que gostariam de pescar o próprio peixe, mas que não estão em condição de fazê-lo por fatores diversos.
E para atacar a causa generalizada desse problema, é necessária uma infraestrutura muito maior, e que invariavelmente está muito mais ao alcance do poder público do que das instituições sem apoio governamental... Devemos então esperar essa hora que nunca chega?
Acho muito válida a tarefa de auxílio -quando séria e 'desinteressada'- e seus resultados. Independentemente se a organização que a realiza é religiosa, não-governamental, governamental, doutrinária ou de qualquer outro seguimento.
Um serviço social sério tenta abranger tanto a causa -com a doutrinação, a ressocialização e a conscientização- quanto o efeito -com o suprimento das necessidades materiais. Os valores morais devem ter toda a ressonância interior possível em quem aparentemente sofre apenas as necessidades físicas.
Moradores de rua -e outros necessitados- sempre existiram, bem antes de o serviço social ser uma realidade da organização moderna e de fazer parte das preocupações humanas conscientes, como tem se tornado cada vez mais essenciais nos tempos atuais... e a assistência social jamais poderá ser encarada como pulsador incessante de desumanização, desestimulação e degradação da consciência individual ou coletiva daqueles que são excluídos da sociedade.
Enfim: quando é apenas o que se pode fazer, ataca-se o efeito -como a fome e o frio, por exemplo- e adia-se a secura da fonte primária. É a solução que nos cabe como sociedade humanizada.
Não fazer o bem que nos é possível, é fazer o mal SIM.
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Lembrando que isso vale para a avaliação de serviços do tipo 'BOLSA', que o Governo Federal oferece como alternativa para as classes menos desfavorecidas.
Claro que são necessários, mas não deveriam ser fornecidos ilimitadamente, sem 'exigências' em casos onde é sim possível pedir uma movimentação maior de quem os recebe. Há casos e casos de 'necessidade'...
Na França, devido à sistemas de apoio semelhante, existem famílias de 'assistidos' sem nunca terem tido um emprego formal em três gerações(!)... por adaptação, conformismo e/ou simplesmente por estarem satisfeitas com a vida modesta -mas livre da miséria- que levam.

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