5 de nov. de 2010

O Algoz


Como andas?
A que custos vives depois de tudo o que te destrui?
Imagino... exatamente cada minúncia das tuas dificuldades... e dos que te cercam.
Sei o quanto que'u era teu apoio e o quanto me confiastes tuas riquezas.
Mas o passado vicioso se apresentou de surpresa, e eu te derrubei...
E te esfacelei as esperanças de uma vida tranquila.
Te empurrei um pesadelo infindável nessa mesma vida... e vivo-o junto.
Fui cruel, insano, inconsequente, cego... estava mesmo fora de mim.
E no meu despertar... tudo se fora perdido.
Arremessei teus amores pra longe, sem dignidade alguma.
Pergunto-te: quem em sã consciência e razão faria o que fiz a ti?
Só estando louco...
Mas agora, o que importa? Maldita maldição, maldito passado, malditos vícios escondidos que espirraram e mancharam muito mais que seu possuidor...
Agora, só me restam lembranças terríveis, imaginações sinistras...
Prefiro não mais dormir...
Escrevo essas palavras no silêncio da madrugada, entre lágrimas e suores.
Como que despertando de uma longa moléstia moral, espiritual...
Nada pior que ser o algoz de alguém que lhe queria tão bem.
Dor maior não há...
Sequer tenho coragem de te pedir perdão nessa vida...
Reconhecendo que o inevitável é ser evitado pelo resto da vida.
Imperdoável, inconfiável, instável...
Me apegando à única esperança do amanhã renovador...
É quando respiro um pouco...
Fora isso, vivo em apnéia constante, costumeiramente agonizante...
Que Deus me permita pagar do jeito que for, me levantar, me reequilibrar e recomeçar...
Preciso muito... é minha meta de vida.
E que Ele te ampare contra todas as consequências funestas a que te conduzi.

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