Em algum lugar do passado, já fui um bom sujeito
Daqueles capazes de julgar os outros
E se colocar acima do bem e do mal, acima de qualquer suspeita
Tantos acreditaram que eu também segui no embalo
E nesse embalo, tropecei
Já quebrei a cara e a de muita gente
Fui tão fundo que não me contentei em ser chão e virei buraco.
Violentei sonhos, pisei corações, cuspi em amores
A crueldade é surpresa ao fim da via
Quis dormir na rua e não mais voltar pra mim mesmo
E me arrependi
E jurei não mais cair...
E cai de novo, só que com cuidado calculista
Confiei nas minhas promessas e apaguei os olhos mais uma vez
Muita coisa errada, enganando o engano
Coisas que só eu sei, um mundo inteiro perdido na alma
Idéias, grandes passos, preguiça de me livrar do cativeiro
Nem precisei usar nada... estava tudo em mim, como gérmem latente
Tudo pra acreditar que amanhã vou acordar de novo
E vou me levantar de vez...
Enquanto isso, o bambear do coração velho de guerra de sempre
Nos intermédios das imagens que me sobraram de alerta
Pra me contentar de não estar completamente só e no escuro
Se será a hora da virada, não sei
Só espero que surja um dia, a pequena muda da semente
Muda da mudança, da transformação íntima, verdadeira...
E não mais mutável
É coisa minha, sem dúvida
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