22 de jun. de 2010

Carta ao Vento

Um tesouro não esquecido. Uma pasta de arquivos... com imagens. Muitas fotos, vídeos, e-mails, lembranças, sorrisos... Eu não tenho coragem de abrí-la. Nem de deletá-la...
Escondi-a dentro de outra pasta, renomeei-a, e dentro de mais outra, afim de sequer lembrar que ela existe. Mas está lá...
Sei que ao abrir essa pasta, a frágil cicatriz -que já não me deixa esquecer- vai voltar a vazar lágrimas... Já sei, a depressão vai aumentar, o passado vai virar presente, os sorrisos do início, as dores do meio e as lágrimas do fim... tudo de volta.
Não, melhor não. Estará lá. Guardada pra sempre, mas escondida de mim.
Fiz o mesmo com cartas, fotos impressas, cartões, detalhes...
Sabe, não era mais amor e nem é saudade do que não existia mais... Sim, uma contradição...
Talvez, se eu não tivesse tropeçado justamente contigo, e desse jeito... é certo que eu já teria me desvencilhado desses grilhões... mas fui eu quem me prendi à eles, pelas vias da consciência.
Falta de amor não é nada, realmente. Principalmente frente à falta de respeito. Não por palavras de insulto ou de agressões físicas -visto que isso nunca aconteceu, mas as intenções foram muito mais ferinas, a letalidade, cruel companheira. Fui surpreendido por mim mesmo, incapaz que era de me imaginar indo tão fundo nesse precipício...
E agora... a volta. Ou melhor, a tentativa da volta. Um recomeço nada promissor, nada solene, nada prelúdico. Lanhado, quebrado, cansado, triste, só. É o remédio amargo e justíssimo que me cabe. A consciência aguçada, mirando nas fraquezas... na atitude inferior que domina os mais baixos.
Não quero voltar ao início, quando tudo ainda era esperança. Nem posso... claro.
Preciso encontrar um novo rumo, uma nova jornada... mais honesta comigo mesmo, sincera com minhas parcas possibilidades. Mas absolutamente verdadeira.
É meu maior desejo...
Quem sabe aí, poderei então encarar a tal pasta de tesouros como um desafio, ou jogá-la fora de vez... Não por falso orgulho ferido, e sim por desejar uma outra tentativa com a vida.
Porque essas, são imagens de um tesouro perdido pra sempre...

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