Visionário do já descoberto
Desesperado e cego na fé do futuro certo
Do próximo, poderoso e sagaz explorador
De si mesmo, mísero e incapaz desbravador
Auto-entitulado sabedor do mundo
Dos seus próprios arredores, ignorante profundo
No ócio, filósofo de nada assumido
Na atividade útil, se fazendo sempre de esquecido
Atento ao seu supérfluo? Certamente
Já no necessário do outro, ser frio, profundamente
Ouvidos ao inútil detalhe
Desapercebido do gritante entalhe
Curioso, caminha nas nuances em vão
Inquisidor e opositor do sim e do não
Sempre contraditório: seguindo a unanimidade
Vaidoso, todo prosa falando de humildade
Orgulhoso e exigindo modéstia
Rindo do doente, sem perceber-se em moléstia
Então, que pegue seu verso cada um
Pois que certamente deles somos algum...
O que o poeta escreve sobre si é sempre mentira. O que o poeta sente ao escrever sobre si é o que há de verdadeiro. Não é o que passamos ao outro quando escrevemos que nos mantém escrevendo, e sim o que passamos a nós mesmos. O outro é apenas expectador dos nossos conflitos internos. O que sente quando floreia sentimentos e percepções sobre si mesmo?
ResponderExcluirmedo do que pode sair e alívio pelo que saiu.
ResponderExcluirflávio.
Não costumo ter medo pelo que pode sair no papel. Eu escrevo o que me afeta. Tenho mais medo do que está dentro de mim e eu não consigo colocar no papel, porque sei que é um mistério.
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