Você me tira do prumo,
Do sério,
Me tira o sono,
A voz,
O ar,
A fome,
O medo,
E o chão.
E me enche os olhos,
A cabeça,
A boca,
Os braços,
Os sentidos,
O desejo,
E o coração.
Mas é só isso também.
Nada além.
...
...
Existem momentos em que -de tanto que nos destroem e constroem- nos apresentamos como seres erguidos com escombros de sentimentos, caminhando cautelosos entre a luz da sinceridade e a escuridão do silêncio, entre subidas felizes e quedas vertiginosas.
E não há como escapar das incertezas quando as decisões do rumo não estão mais apenas em nossas mãos.
Mas no fundo, que graça teria a vida se tudo fosse previsível e garantido?
Sinceramente, pra pensar assim é porquê ainda não estou no tempo de viver sob a excelência dos sentimentos.
Ainda preciso do risco de perder, de não possuir, de não ter garantia... pra valorizar o que ganho, o que tenho e o que é seguro.
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