29 de jul. de 2011

Cerração

Já pedi perdão outras tantas vezes, por outras tantas razões.
Mas essa é a primeira vez que peço por essa...
Então me perdoes se por vezes te trato como bibelô intocável e equivocadamente te santifico no altar mais elevado do meu coração.
Sei que és mais que preciosa pedra crucificada em jóia qualquer.
Mais que raríssima pérola amontoada, abafada em relicálio.
Mas é que tua delicada beleza me faz esquecer que tens necessidades e vontades.
Ao contrário dos minerais, tens sangue nas veias, tens emoção.
Me perdoes por estranhar que tua candura na verdade é fruto puro da minha ilusão, relutante em apenas ver em ti uma frágil flor.
Se até as flores precisam do calor do sol, por que tu viverias resignada na frieza?
Ao contrário delas, não és só emoção, mas também instinto.
Não és o anjo livre do desejo como tento cultivar, considerando apenas sua aparência doce, pura.
Esqueço desses detalhes, por várias vezes ignoro-os, mas é medo de te corromper pelo desequilíbrio que só eu sei que guardo n'alma.
Não quero arriscar te marcar -ou manchar...
Não me perdoaria.

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