12 de mar. de 2013

Algemados... com a chave no bolso

Por mais que o que tanto nos incomode neste exato momento possa aparentar não ter jeito -ou ser de muito difícil solução-, pra tudo sempre há uma saída. E em muitas das vezes, está em nossas próprias mãos  resolver. O que nos falta sempre (que há oportunidade) é DECIDIR resolver, pois eventualmente optamos pelo não disfarçado de espera, pela omissão camuflada de fé no impossível. Só que o mais complicado dessa história é que nós cremos mais na possibilidade de sermos humilhados durante a tentativa de reparação do que de conseguirmos restaurar com sucesso o que foi quebrado.
Por falta de confiança, pode acontecer é que estejamos tão desesperados e angustiados que ficamos cegos pras alternativas.
Por amor-próprio ferido e "honra", enterramos qualquer chamado da nossa consciência para sermos mais livres dos pesos (quase prazerosos) que arrastamos pra todo lugar fingindo não perceber. E realmente, pra enxergar é preciso tirar o pé do acelerador e frear o ímpeto -este sim- prazeroso de dar vazão ao nosso orgulho.
Contudo, continuamos sendo muito pessimistas, precipitados, desconfiados, sem paciência, teimosos. E logicamente, uma atitude negativa sempre desencadeia outra pior.
Para agravar, acontece-nos a privação da razão quando o possível a nós não se dá conforme tanto desejamos que aconteça. Leio e ouço muitas coisas sobre "o Deus do impossível", como se o Criador fosse-nos possibilitar tudo pelo simples fato de poder a tudo realizar. Que abuso o nosso, tamanha a nossa ignorância. Não! Devemos considerar que Ele sim é inteligente, que age puramente com a razão, que conhece-nos muito melhor que nós mesmos, e que portanto também só Ele sabe o que nos é VERDADEIRAMENTE ÚTIL.
Mas nem tudo se resolve nesta questão: nós não nos conformamos somente em ter a certeza (?) de que Deus a tudo oferece solução. Precisamos saber de qualquer maneira como há de ser resolvido, e como nós não conseguimos imaginar nada dentro do que está ao nosso alcance fazer, essa curiosidade nos traz uma ansiedade tal que nos desconforta, angustia, preocupa, enruga e até mata.

Ainda é tempo de passarmos por cima desse orgulho absolutamente dispensável, que reflete no medo de parecermos frágeis ou inferiores ao procurar, ao pedirmos perdão ou ajuda, bem como na hora de assumirmos que alguém nos faz muita falta, que somos imperfeitos, que também nos enganamos. Este momento pode ser a única oportunidade de recuperarmos o que nos anda perdido nesta vida -já que se não sabemos o que poderá acontecer nem no segundo seguinte, que dirá no amanhã.
É possível ousar mudar de atitude desta vez, mesmo que não consigamos agir sempre assim. Reverter o mal entendido e o engano é verosímil e louvável. E se fomos nós mesmos que demos luz a esse monstro -que só a gente sabe o quanto nos atormenta na escuridão da intimidade-, nada mais justo que assumamos essa responsabilidade.
Se nosso problema for alguém -e se este alguém for um pouquinho inteligente e humilde-, certamente que nos receberá de braços abertos, que nos oferecerá um sorriso livre de qualquer cobrança, de qualquer ironia, que passará uma borracha, recomeçando tudo do zero ou quase isso. Seria nada disso acontecer um dos maiores medos, não Sr. Pessimista? Chega de medir o mundo por nossos parâmetros.
Mas se não for assim também, que pelo menos tenhamos a certeza de que fizemos o que nos era possível,  que o sentimento de orgulho-ferido não cabe a nós, que sabemos bem o valor daquilo que nos importa e que nos moveu até mesmo contra a própria vaidade. Somos capazes!

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